PAINEL TEMÁTICO 01
PRÁTICAS DE LEITURA E DE ESCRITA EM ABORDAGEM ENUNCIATIVA: O TEXTO E O DISCURSO EM INTER-AÇÃO
Francisco Renato Lima 1
Nilton César Ferreira 2
A proposta deste simpósio, ao abordar como tema geral a leitura e a escrita, busca acolher abordagens de estudos que, conforme apontam Flores e Teixeira (2013), estejam reunidas no escopo de uma linguística da enunciação (no singular), daí, portanto, as teorias da enunciação (no plural) diversas, no âmbito das ciências da linguagem, como a Análise do Discurso, a Análise da Conversação, a Etnolinguística, a Linguística Cognitiva, a Psicolinguística, a Pragmática, a Sociolinguística, os estudos dos Letramentos, a Linguística Textual etc., poderem apresentar contribuições pertinentes à discussão. Nesse eixo, o texto e o discurso são aqui entendidos como faces constitutivas das práticas sociais de linguagem e isso inclui, particularmente, seu caráter multimodal e multissemiótico, presente nos múltiplos formatos e linguagens digitais, midiáticas e tecnológicas, que corroboram a natureza multimodal da língua, tanto em contextos escolares, como contextos sociais mais amplos. Assim, a relação entre texto e discurso é entendida a partir dos princípios de que os textos/gêneros textuais são manifestações teóricas e empíricas que representam a pluralidade de discursos presentes na sociedade (por exemplo, o discurso midiático, o pedagógico, o político, o religioso, o literário, entre outros). Dessa forma, este simpósio acolhe como bem-vindas propostas de pesquisa sobre a leitura e a escrita, que envolvam as subáreas anteriormente citadas, entre outras, no campo da linguagem. Com isso, pretendemos construir um diálogo interdisciplinar, por meio de uma articulação entre o texto e o discurso, refletindo o princípio da inter-ação na e pela linguagem, como bem nos coloca Koch (2012).
Palavras-chave: Leitura. Escrita. Abordagens linguísticas. Texto. Discurso.
1 Doutorando em Linguística (UNICAMP). Mestre em Letras - Estudos da Linguagem (UFPI). Professor Substituto da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA). Coordenador de disciplinas do Centro de Educação Aberta e a Distância da Universidade Federal do Piauí (CEAD/UFPI). E-mail: fcorenatolima@hotmail.com
2 Doutorando em Linguística (UNICAMP). Mestre em Letras pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE). E-mail: nc.ferreirah@hotmail.com
PAINEL TEMÁTICO 02
LEITURA: INTERAÇÃO OU CONFRONTO?
Luciana Maria Libório Eulálio1
A presente proposta de Sessão Temática pretende reunir trabalhos sob o viés de diferentes perspectivas da Análise de Discurso, que sejam resultantes de pesquisas teóricas ou empíricas que relacionam a leitura com a historicidade do texto e da própria ação de leitura (sua produção). É dessa relação que os interlocutores se identificam como interlocutores, desencadeando processos de significação do texto. Tem como objetivo discutir a formação de leitores no processo de educação em línguas, através da leitura como possível de ser trabalhada, e não “ensinada”. Nessa linha de pensamento, priorizamos o trabalho de leitura na sala de aula que tome o texto não como mero objeto de mediação com o leitor, porque se assim o fosse estaríamos perdendo a sua historicidade, mas como palco de confronto entre sujeitos históricos e sociais, revelados por leitores virtuais ou imaginários inscritos no texto e leitores reais (ORLANDI, 2012). Defendemos que a leitura também se define pela historicidade e que tanto sujeitos quanto sentidos são determinados histórica, social e ideologicamente.
Palavras-chave: Análise do Discurso; Leitura; Escrita; Texto; Discurso.
1 Doutoranda do Programa de Pós- Graduação em Letras - PPGEL da UFPI; Mestre em Linguística pela Universidade Federal do Piauí- UFPI; Professora da Universidade Estadual do Piauí- UESPI. Membro do NUEHIS- UESPI e NEPAD- UFPI.
PAINEL TEMÁTICO 03
GÊNEROS LITERÁRIOS: RECEPÇÃO DE TEXTOS EM SALA DE AULA
Margareth Torres de Alencar Costa1
Joelma de Araújo Silva ResendeI2
Israel A. C. Nolleto 3
Desde Platão e Aristóteles, o problema do gênero literário constitui-se como uma questão geradora de variadas respostas teóricas, algumas mais, outras menos polêmicas. Benedetto Croce (1886-1962), por exemplo, combateu o conceito de imitação, de origem aristotélica, de gênero e de historiografia da obra literária defendendo a tese de que todo conhecimento ou é intuitivo, ou é lógico, e produz respectivamente imagens ou conceitos. Mesmo entre os teóricos contemporâneos percebe-se uma repercussão do pensamento de Croce, dentre as quais podemos destacar as propostas da Nova Crítica, do Formalismo russo e da Teoria do estranhamento de Chklovski, ou ainda dos princípios de função, sistema e dominante de Tynianov. Com Bakhtin temos um novo olhar para a concepção de gênero como percepção; e Emil Staiger, em seu livro Conceitos Fundamentais da Poética (1946) afasta-nos das classificações fechadas e substantivas de herança clássica ressaltando que traços estilísticos, líricos, épicos ou dramáticos podem ou não estar presentes em um texto independentemente do gênero. Frye (1957), em sua Anatomia da Crítica, recoloca a questão dos gêneros; Jauss e Iser oferecem-nos as contribuições teóricas da recepção e do efeito. Com o Modernismo surge a discussão sobre liberdade estética, e o sujeito pós-moderno, que passa a ser pensado como fragmentado, angustiado e cuja identidade nunca é dada integralmente. No Brasil, essa concepção encontra-se, a título de exemplo, na contística de Caio Fernando Abreu ou mesmo na obra de João Gilberto Noll, só para citar alguns autores contemporâneos. Com base nesses aportes gerais, propomos este simpósio para discutir os gêneros literários em seus aspectos teóricos, críticos de um modo dialógico, estabelecendo uma aproximação com os próprios textos literários de diferentes épocas, com enfoque também para leitura e reescritura de mitos ou mitos revisitados na contemporaneidade, observando como esses estudos têm reflexo no contexto de ensino de leitura da literatura nos diferentes níveis de ensino.
Palavras-chave: Gêneros Literários. Recepção. Textos literários. Leitura.
1 Doutora em Letras pela Universidade Federal de Pernambuco. Mestre em Letras - Teoria Literária- pela Universidade Federal de Pernambuco. Pós doutora em Literatura Comparada pela Universidade de Buenos Aires. Professora da Universidade Estadual do Piauí – UESPI. Professora do PPGEL/UFPI. Líder do Núcleo de Estudos Hispânicos-NUEHIS - CCHL da Universidade Estadual do Piauí
2 Mestre em Estudos Literários pela Universidade Federal do Piauí - UFPI. Doutoranda em Estudos Literário pela UFPI. Professora do Instituto Federal do Piauí – IFPI.
3 Doutorando do Programa de Pós-graduação em Letras - PPGEL/UFPI, modalidade sanduíche na University of Nottingham; Professor de Língua Inglesa no Instituto Federal do Piauí. Líder do Grupo de estudos anglófonos Anglolit/CNPq. Membro vogal do Conselho Editorial do IFPI.
PAINEL TEMÁTICO 04
ESTUDOS ENUNCIATIVOS E PRODUÇÃO DE SENTIDO NA INTEGRAÇÃO TEXTO-GRAMÁTICA E LEITURA
Maria Auxiliadora Ferreira Lima 1
Isael da Silva Sousa 2
Defendemos que um ensino de gramática pautado em conteúdos e regras gramaticais não contribui para que o aluno adquira o domínio da leitura e da escrita, por estar este ensino desvinculado do texto, de seus enunciados. Uma abordagem centrada em conceitos, classificações, identificações não permite que o aluno adquira um conhecimento reflexivo da gramática de sua língua em situações efetivas de usos, materializada nos textos, nos enunciados. Gramática e significação estão estritamente articuladas, tendo em vista que não há texto sem gramática. Tomando como princípio a articulação gramática e significação, este Simpósio propõe uma discussão sobre o ensino de gramática sob uma prática reflexiva que tenha sua origem no texto e que conceba a gramática como suporte para a construção e reconstrução de significação dos enunciados de um texto. Nessa reflexão, a gramática deve ser trabalhada em sintonia com a atividade de leitura, pois é a partir do agenciamento de marcas que o sujeito enunciador constrói e reconstrói significações. O aluno ao ler um texto parte de marcas para reconstruir significações, assim, no âmbito da articulação léxico e gramática, cabe ao professor levar o aluno a refletir sobre o papel que determinadas marcas lexicais e gramaticais, resultantes de escolhas do sujeito enunciador, assumem na construção da significação dos enunciados em um texto. Para a efetivação da discussão proposta, o Simpósio receberá trabalhos que abordem o ensino de gramática sob o suporte da Teoria das Operações Enunciativas (TOE) ou sobre outra perspectiva teórica que abra espaço para situar a gramática em função do texto e não o texto em função da gramática.
Palavras-Chave: TOE; Ensino de Gramática; Texto; Leitura.
1 Doutora em Linguística e Língua Portuguesa pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Brasil. Professor Associado da Universidade Federal do Piauí, Curso de Letras e Programa de Pós Graduação em Letras – PPGEL.
2 Mestre em Letras pela Universidade Federal do Piauí. Doutorando em Linguística pelo Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Linguística da Universidade do Estado de Mato Grosso - UNEMAT. Membro do Grupo de Estudos da Teoria das Operações Enunciativas (GETOE/UFPI) e do Grupo de Pesquisa Variação e Invariantes na Linguagem - PPGL/UNEMAT.